sábado, 4 de junho de 2011

Antes de começar...

...este blog surge como forma de apresentação colectiva do tema "Bioética", no âmbito da disciplina de Filosofia, perante todos os alunos da turma E do 11º ano da Escola Secundária Dr. João de Araújo Correia. Esperamos que o nosso trabalho possa auxiliar todos aqueles que necessitem de uma ajuda extra relativamente ao tema que vamos abordar.

PREÂMBULO

Antes de começarmos a falar da bioética, vamos fazer uma pequena introdução ao tema. A bioética insere-se na reflexão sobre as questões e os problemas que podem ser colocados ao desenvolvimento da cultura científico-tecnológica. De entre os vários temas que compõem a bioética, iremos dar especial atenção às vantagens e aos riscos da genética. Como tal, iremos abordar a genética propriamente dita, a clonagem, os alimentos transgénicos e os riscos da manipulação genética.

A BIOÉTICA - O QUE É?

A bioética surge por volta da década de 70 com o progresso científico e tecnológico que se fazia sentir no interior das ciências biomédicas.
São exemplos desse progresso:
  • novidades tecnológicas surgidas ao nível dos cuidados intensivos com recém-nascidos;
  • hemodiálise em doentes com insuficiência renal;
  • fertilização in vitro;
  • ...
O aparecimento desta disciplina foi incentivado por alguns acontecimentos históricos graves, dos quais se destacam:
  • as experiências realizadas com seres humanos no período nazi;
  • o recurso a crianças deficientes na investigação do vírus da hepatite, nos EUA.
Abordagem indisciplinar, a bioética não interessa apenas ao médico e ao biólogo, mas também ao jurista, ao teólogo e ao filósofo.
A reflexão bioética assenta em três princípios:
  • respeito pela pessoa humana;
  • preocupação de fazer o bem;
  • princípio de justiça segundo o qual os homens são todos iguais em dignidade.
Estes três princípios surgem como meio de evitar três perigos que podem atentar contra o ser humano:
  1. a submissão do ser humano à lei do mercado (ex: venda de órgãos)
  2. a auto-instituição do sujeito podendo reclamar o direito a satisfazer «desejos mortíferos»
  3. o exersso do poder médico e do poder do Estado legislando sem consideração pelos direitos do Homem.

No seio de toda a problemática bioética existem dois conceitos fundamentais - vida e pessoa. Estes conceitos assumem diferentes contornos do ponto de vista jurídico, psicológico, moral ou religioso. Apesar de existirem estes diferentes pontos de vista, é a partir dos conceitos de vida e pessoa, e do valor que lhes é atribuído, que se impõe a reflexão crítica e consciente das questões bioéticas.

"Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal."
            
           Carta Internacional dos Direitos do Homem

"Bioética é decisão da sociedade sobre as tecnologias que lhe convêm. É a expressão da consciência pública da humanidade."
                        
                                                                                                                           Luís Archer

"Para definir a bioética no sentido amplo em que a entendemos, diremos que designa aquele conjunto de questões de dimensão ética (ou seja, que põem em jogo valores e que não podem ser resolvidas a não ser por meio da escolha) originado pelo poder cada vez maior da intervenção tecnocientífica no ser vivo (em especial, mas não em exclusivo, no Homem)."
          
                                                                                        O Paradigma Bioético, Gilbert Hottois


Bioética - conjunto de pesquisas e práticas pluridisciplinares, que têm o objectivo de elucidar e refletir acerca das soluções para questões éticas provocadas principalmente pelo avanço das tecnociências biomédicas.

VAN RENSSELAER POTTER

Van Rensselaer Potter foi um bioquímico norte americano que nasceu no dia 27 de Agosto de 1911 na Dakota do Sul e faleceu no dia 6 de Setembro de 2001 aos 90 anos. Foi professor de oncologia na Universidade de Wisconsin-Madison durante mais de 50 anos.
Em 1970, Potter criou o tema "bioética" para descrever uma nova filosofia que procura integrar a biologia, a ecologia, a medicina e os valors humanos.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

a) A GENÉTICA

  A genética surgiu no início do século XX como a ciência da hereditariedade e da variação, que procura justificar o porquê de um bebé ter ou não elementos físicos e psicológicos indênticos aos dos progenitores. Essas respostas foram encontradas nos cromossomas das células, em zonas chamadas "genes".
Mais tarde, os genes foram dissecados até ao ponto de se poder identificar neles a molécola química responsável pelas diversas características - DNA - o qual produz cada uma das proteínas que, aos milhares, dominam a estrutura e o fincionamento do organismo.
  • Cada céluna humana contém entre 50 a 100 mil genes, distribuidos ao longo de 23 pares de cromossomas.
Qualquer alteração na composição química de um gene vai resultar numa alteração da proteína respectiva, o que pode originar uma doença genética. Surge então a engenharia genética, a partir da qual se pode introduzir num ser vivo um gene que ele nao tinha e que foi retirado de outro ser vivo.
A evolução da genética permite assim ultrapassar as barreiras da prórpia Natureza e tranferir, para um ser vivo, genes de um outro que pode ser muito afastado dele. 

quinta-feira, 2 de junho de 2011

b) MODIFICAÇÃO DO GENOMA HUMANO

O genoma humano é o código genético humano.Basicamente é o conjunto dos genes humanos.Nele está contida toda a informação para a construção e funcionamento do organismo humano. Este código está contido em cada uma das nossas células. O genoma humano distribui-se por 23 pares de cromossomas que, por sua vez, contêm os genes. Toda esta informação é codificada pelo ADN que se organiza numa estrutura de dupla hélice, formada por quatro bases que se unem invariavelmente aos pares.
  • Vantagens:
A sua investigação e exploração permite detectar se uma pessoa tem propensão a sofrer de certos cancros ou se um embrião herdou determinadas enfermidades graves. Os principais benefícios destas investigações só chegarão quando forem descobertas as funções de cada gene humano.
  • Desvantagens:
Os riscos referem-se tanto ao uso científico como à sua aplicação na sociedade. Os primeiros a beneficiar serão os países ricos. As grandes empresas de engenharia genética e de farmácia irão explorar este novo sector para acumularem os seus lucros.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

c) A CLONAGEM

A clonagem é a produção de indivíduos geneticamente iguais. É um processo de reprodução assexuada que resulta na obtenção de cópias geneticamente idênticas de um mesmo ser vivo – microrganismo, vegetal ou animal.
Um dos problemas mais controversos da atualidade é a moralidade da clonagem humana. Será aceitável a criação artificial de seres humanos que sejam cópias genéticas de outros? Esta técnica científica como método reprodutivo não é moralmente aceitável.
Ao clonar-se um humano, o primeiro problema que surge, é que, para isso acontecer, é preciso matar muitas vidas antes devido às experiências e isso vai contra a ética. Depois surge o grande problema, pois a clonagem não produz cópias exatas de pessoas mas apenas seres com o mesmo ADN (como o caso os gémeos). Posto isto é fácil verificar que a identidade será algo difícil para estes indivíduos porque priva as pessoas de uma identidade própria o que deixará a sua dignidade mal consigo mesma. Nunca se conseguirá clonar um ser vivo com todas as características do outro indivíduo, em primeiro porque a clonagem é apenas um processo ao qual é apenas clonado a parte genética e depois porque cada pessoa tem a sua personalidade, tem as suas passagens pela vida, a educação e a cultura que é o que faz com que um corpo cresça e a personalidade se desenvolva e estes fenómenos acontecem ao acaso. Ou seja, à partida será impossível clonar dois seres iguais. “Evidentemente seria muito deprimente chegar ao café e ver toda a gente com a mesma cara”

Apesar de este processa ainda não ser legar no nosso país, muitos cientistas afirmam que a clonagem será uma mais-valia para a população pois servirá para as pessoas que têm acidentes, poderão submeter-se à clonagem para retirar do clone o órgão necessário à cura da deficiência em causa. E também existem benefícios para os animais pois também permitirá que o número de uma determinada espécie se mantenha estável e provavelmente não haverá extinção dessa mesma espécie. Mas, nada tem apenas benefícios e a clonagem não foge à regra pois este processo trará muitas desvantagens como o envelhecimento precoce, é uma técnica de muita baixa eficiência, vários fetos morreram durante a gestação ou logo após o nascimento dos mesmos, haverá uma descriminação pela sociedade perante os clones e também existe grande número de anomalias.  
Por estes argumentos podemos concluir que não deve ser permitida a clonagem humana como modo de gerar crianças que venham a crescer e a tornar-se adultos, com a possibilidade de serem criados de modo a satisfazer os interesses ou caprichos egoístas de outras pessoas.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

d) ALIMENTOS TRANGÉNICOS


Alimentos Transgénicos (organismos geneticamente modificados).


São alimentos aos quais as sementes foram alteradas com o DNA de outro ser vivo. A comercialização deste tipo de produtos ainda é muito polémica pelo mundo fora, pois alguns cientistas defendem dizendo que vai aumentar a produtividade e em sequência baixar os preços dos produtos. Mas, do outro lado estão os que são contra afirmando que é muito perigoso o consumo destes produtos pois não se conhece os seus efeitos sobre a saúde humana.
Alguns países do Mundo, como a Argentina e os Estados Unidos já cultivam e comercializam estes produtos há alguns anos. No nosso país alguns produtos também estão à venda e por vezes, a população não lê os rótulos e consomem-nos sem saber.
Eis alguns produtos:










A produção destes produtos vai contra a ética e propõe perguntas pertinentes como:
Deveríamos alterar a estrutura genética de todo o reino vivente em nome da utilidade e do ganho?
Quem deu às companhia individuais o direito de monopolizar grupos inteiros de organismos?
É possíveis minimizar os conceitos éticos e reduzir os riscos ambientais mantendo os benefícios?
Pois… a produção destes alimentos traz inúmeras desvantagens, bem como em relação ao ambiente como o aparecimentos de novos vírus, desenvolvimentos de ervas daninha muito resistentes. Em relação à saúde poderá aumentar os sintomas de alergia e ainda é muito desconhecidas as consequências da utilização destes produtos a longo prazo.
Este tipos de alimentos não são aceites por muita parte da população mundial e, apesar de todas as suas consequências, a produção destes alimentos tem uma vantagem que todos deveriam conhecer e que poderá mudar muita coisa no mundo: MATARÁ A MUITA GENTE A FOME ESPALHADA PELO MUNDO pois poderão ser cultivados em solos que normalmente não estão aptos a ser cultivados (normalmente nos países pobres onde existe muita fome!)
Segestão de consulta:
http://jpn.icicom.up.pt/2004/03/23/o_que_precisa_de_saber_sobre_transgenicos.html

quarta-feira, 6 de abril de 2011

e) RISCOS DA MANIPULAÇÃO GENÉTICA

Com a evolução genética surgiram novos ramos de trabalho, sendo um caso desses a Manipulação Genética.
Engenharia Genética e Modificação Genética estão relacionadas com o processo de manipulação dos genes num determinado  organismo. Estes envolvem o isolamento, a manipulação e a introdução de DNA num denominado “corpo de prova”. O objectivo é a introdução de novas características num ser vivo para aumentar a sua utilidade, bem como “alargar” a área de uma espécie de cultivo, introduzindo uma nova característica, ou produzindo uma nova proteína ou enzima. A modificação genética é vista por uns como uma ameaça às gerançoes futuras, mas pelos cientistas em geral é vista como uma forma de salvar muitas vidas a longo prazo.
A manipulação consiste em retirar os genes de uma cadeia de DNA, introduzindo no seu lugar novos genes. Uma pequena percentagem introduz-se no DNA e a partir daqui dá origem a um novo organismo geneticamente modificado, que irá reproduzir as características adquiridas.
A manipulação genética regista as seguintes dificuldades:
  • a emulação da pesquiça nos laboratórios, que pode levar a fazer ensaios extravagantes e arriscados;
  • o desejo de lucro económico, numa sociedade competitiva onde o produto médico se deve vender;
  • na inversa, o peso muito grande de regulamentos que impeçam toda e qualquer investigação;